terça-feira, 5 de abril de 2011

Não iremos retroceder

Mahara Jneesh
Coordenadora Campus Santo Antônio



Como militante secundarista durante 3 anos em Belo horizonte conheci as praticas de muitas forças políticas dentro do movimento, Em 2009 Chegando a UFSJ, conheci uma estrutura organizativa que me deu muita esperança no Movimento Estudantil.

Tendo acompanhado espaços como a UNE, UEE e UBES pude observar que essa entidades estão longe de praticarem o que tanto prezamos em nosso movimento: a participação, a democracia. O que vi nesses espaços foi a desmobilização, a não valorização do debate, e imposição de uma cúpula que já ocupa a diretoria da UNE a algum tempo. Vi a esquerda fragmentada, as forças debatiam a mesma coisa havendo discordâncias pontuais, e na época eu não entendia por que tanta divergência, hoje vejo que o desejo por poder, por cargos, motivam essa pratica.

A tiragem de delegados para o congresso, se transforma na corrida de quem percorre mais escolas (UBES) ou universidades (UNE). Os alunos não são chamados a priori para discutir questões de seu país, mas sim para grandes festas que irão ocorrer. Fruto disso, é o esvaziamento de discussões importantes e a lotação da plenária final, onde delegados surgem e votam sem nem saber o que está realmente acontecendo, não por que não se importam, mas porque foram chamados com outro objetivo. Inclusive já ouvi de uma representante da UEE que a pratica de “produzir” delegados é normal em tais espaços. Lamentável.
Ameaças a movimentos contrários a diretoria majoritária são constantes, gritaria pelo corredor, acreditando que assim é possível se impor. Nesses espaços é chocante observar que os estudantes passam a se ver como inimigos, jogando no lixo a história de entidades que já representaram os estudantes com muita força e vigor.

Me causa muita estranheza a aparição de membros da UNE e UEE em nossa universidade, fico feliz por enfim aparecerem, porém muito decepcionada por so virem quando há uma oportunidade de deslegitimar nosso movimento, esses representantes são sempre chamados aos debates no CEB.
Cheguei a UFSJ e logo de cara, critiquei o DCE em um ponto: sua comunicação. No decorrer do tempo, vi como essa crítica tinha fundamentos, e por isso me comprometi a ajudar nesse aspecto, passei a construir o DCE – CEB – UFSJ. Não teria tido essa oportunidade em uma eleição geral, ate porque, não teria força para encarar tanta sujeira, como já vi em outras universidades. Nosso DCE – CEB não é perfeito, mas nele não vejo muito do que abomino dentro da política.

È estranho ver como quem sempre critica destrutivamente o DCE, não bota os pés la dentro para realmente conhecer e assim poder criticar. Motivos para justificar não faltam e muitos deles, mentirosos; como dizer que todos la têm a mesma opinião. Se tivéssemos a mesma opinião para que discutiríamos?

NO DCE vi o que eu sempre pensei ser o certo na política, o dialogo entre partidos, pessoas independentes não manipuladas por poucos e a ausência da corrupção. O que muitos dizem de nós é o contrário, gostaria de provas! Acredito que nossa forma organizativa é um avanço democrático, avanço esse iniciado pelo movimento Diretas já na década de 80, buscamos sua superação.

O que temos no CONSU hoje é a demonstração do autoritarismo por parte da administração de nossa universidade, não sendo esse o primeiro ataque já sofrido. Aos conselheiros, cabe aceitar que o movimento estudantil exige autonomia para discutir suas questões. A forma com que o DCE se organiza é decisão dos estudantes!

Que os estudantes da UFSJ sejam esclarecido do que está ocorrendo, e que a inimizade criada em muitos espaços estudantis despolitizados não ocorra pelos corredores de nossa universidade, que não tenhamos debates desqualificados e que meia dúzia não tente ganhar no grito ou nos panfletinhos. Que esgotemos nossos debates para que nossa decisão seja tomada conscientemente! Que nossa autonomia seja respeitada. Com a certeza de que não iremos retroceder.

Escrevo enquanto militante do Movimento Estudantil.

2 comentários:

  1. Parabéns pelo depoimento Mahara. Quem viveu a baixaria que funciona o ME país a fora tem muita garra e propriedade pra defender a realidade DCE CEB!

    abração

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  2. Mas é exatamente nestes tempos de crise que somos presenteados com possibilidades únicas e grupos sociais diversos podem ser radicalizados. É exatamente nestes tempos de crise que toneladas de explosivos estão acumuladas nas fundações da instituição capitalista e a única coisa que está faltando, companheiro/as, é botar fogo neles! (Parte de uma carta escrita na prisão de Corinth por Christoforos Kortesis, um dos seis anarquistas presos no caso “Luta Revolucionária”.)

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