segunda-feira, 4 de abril de 2011

Democracia na UFSJ: queremos o direito de nos organizar

Nos últimos dias, o DCE UFSJ, tem participado de um debate sobre sua organização nos órgãos colegiados da universidade. Um projeto no Conselho Universitário [onde todas as decisões políticas da universidade devem passar], propõe que o representante dos estudantes seja eleito através de uma eleição geral. Hoje, o DCE UFSJ vai na contra-mão deste movimento. Ele está organizado em uma estrutura democrática diferente.


O DCE se organiza em um conselho de C.A.s, um parlamento chamado CEB [conselho de entidades de base] em que todas as decisões do DCE são tomadas coletivamente em reuniões [semanais] abertas a todos os estudantes da universidade, sendo que todos têm poder de voz nestas reuniões.


O que tem sido proposto é que o representante dos alunos não tenha ligação alguma com este parlamento, este coletivo de entidades representativas dos estudantes. Eles investem na eleição direta e as consequencias não serão as melhores. Com a eleição geral o movimento estudantil se enfraquece, os estudantes perdem o controle sobre o membro que os representa dentro do Conselho Universitário. Ele será eleito para um cargo de dois anos e poderá tomar suas decisões sem qualquer debate junto aos C.A.s, que foram eleitos em cada curso pelos discentes. O aluno eleito se transformará num representante de seus próprios interesses, sem nenhuma responsabilidade com o coletivo e interesses estudantis. Como vemos em diversas instâncias da política nacional em que um vereador é eleito com o voto do povo e não consulta a sua base eleitoreira para suas decisões na câmara.


Outra coisa que ocorre é o fato de uma eleição geral ser uma eleição cara, que nenhum estudante conseguiria financiar com seus próprios recursos. Hoje a universidade tem em torno de 8 mil alunos e 3 Campi fora de sede. A população universitária da UFSJ equivale à população de uma cidade de pequeno porte, daí a dificuldade de organização em uma eleição geral com essas proporções. Os partidos políticos e outras entidades sem nenhum compromisso com as demandas estudantis poderão investir nas campanhas destes candidatos e utilizar o Conselho Universitário como trampolim político na tentativa de eleger vereadores, deputados, prefeitos.


Como podemos demonstrar, essa proposta não fortalecerá a democracia e participação política na universidade. Isso enfraquecerá as lutas e direitos dos estudantes. Consideramos que não é legitimo este tipo intervenção na organização do movimento estudantil. O DCE é um movimento autônomo, sem ligação financeira ou política com a universidade ou qualquer outra instituição. Portanto, possui liberdade em sua organização subordinando tal questão apenas a sua base de representação, os estudantes.




Diretório Central dos Estudantes - Conselho de Entidades de Base - da UFSJ

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