Por André Luan Nunes Macedo
"Aos amigos do movimento LGBT e aos amigos do DCE UFSJ,
Essa resposta tem o intuito de encaminhar algumas propostas. PRimeiro, já passou da hora do amigo Carlos Bem participar da construção do movimento estudantil da UFSJ e ver o quão complicado tem sido a nossa mobilização para as pautas internas e para construir uma aliança com os movimentos de luta contra a homofobia na cidade. Acho que com a representação e o respeito que possui na cidade, o amigo Carlos pode muito nos ajudar na vida orgÂnica do DCE. TAlvez uma calourada que componha com o setor LGBT seria um grande avanço, a meu ver, e poderíamos discutir isso logo no início do semestre. Afinal de contas, temos que insistentemente combater o mito conservador que foi criado, de que "nosso DCE é fechado", e é uma panela de três ou quatro representantes. O DCE são os CA's! Se eles não participarem, nada anda (sei que é chover no molhado quanto a última frase, mas sempre é bom lembrar que trata-se de um mito). Assim, nossa competência de mobilização virá a partir da construção coletiva, e não de 5 ou seis diretores bem intencionados, que no inferno dos outros DCE's de outras universidades estão cheios.
A segunda questão vai de encontro a parabenizar o amigo Carlos da sua homenagem como representante da luta contra a homofobia nesta cidade. Não sou do tipo de pessoa que se coloca acima de qualquer mal social existente e que queira passar a imagem de um ser puritano quanto a representação política. Não interessa se foi o Mauro da Presidente, a Vera vereadora, que em minha opinião é a figura que tenho o maior respeito na Câmara, ou a própria Rosinha do Mototaxi, que mesmo sendo do DEM,foi quem entregou o prêmio. O importante é que, sobre o ponto da homofobia, o Estado, representado pelas instâncias da Câmara municipal, homenageou um lutador contra a homofobia, numa sociedade conservadora e provinciana como São João del-Rei. Dizer que é para ter vergonha do prêmio é assumir um erro metodológico na análise política. Cada fato político tem que ser analisado na sua especificidade, e a partir disso tirar um posicionamento relacionando nossos princípios ao problema que tem que ser resolvido. Nesse caso, trata-se do seguinte problema: o representante do movimento gay, Carlos Bem, por tudo que fez pelo movimento, merece ou não merece ser homenageado pela Casa? Que a CÂmara é corrupta, que tem problemas, isso todos nós sabemos. MAs acho que não devemos misturar as reflexões. O que o Petterson fez foi uma análise que enrijece a ação política, pois se partimos do fato de que a "Câmara é corrupta" através de uma visão monolítica, com ares de uma visão bem construida pela estrutura, entao nenhum projeto apresentado pelo movimento e que foi aprovado não possui importância, pois, por ter passado pela CÂmara, a própria lei se torna absurda. Assim, deveríamos ter vergonha também da lei que foi aprovada pela Câmara? Caro Petterson, nos poupe. Essa visão esdrúxula , neutralista, que não quer se posicionar diante da conjuntura é uma tremenda vergonha....
Dizer que o capitalismo é ruim é muito facil. Agora, construir uma ação política que consiga dar conta da totalidade é que é o principal problema, pois aí trata-se de analisar a conjuntura e os atores que constroem a ação política. Daí, são necesárias alianças que aparentemente podem ir contra os nossos princípios. MAs do ponto de vista conjuntural, que é o espaço correto de análise da ação, ao invés da estrutura, é que vemos se acertamos ou não. O caso Dilma e a união de setores da esquerda quanto ao seu nome no segundo turno é um dos exemplos. Talvez consideremos que ela constroi uma aliança que não é favorável para uma transformação estrutural. Entretanto, qual outro ator político, no segundo turno, que se apresentou como a alternativa para a transformação estrutural? Nenhum. Já que no cenário da democracia liberal não há nenhum representante capaz de, nas urnas, se contrapor ao paradigma dominante, é necessário que façamos um compromisso com o povo brasileiro e escolhamos o "menos pior" das alternativas, infelizmente. Devemos traçar um nível de compromisso com a sociedade. Se colocar como vanguarda e dizer que tudo está ruim, é a coisa mais fácil do mundo. Até mesmo os mais direitosos se colocam nessa perspectiva metodológica.
É por esses e outros motivos isso que faço um chamado, tanto ao Petterson, para se posicionar de fato quanto a atual correlação de forças e acabar com essa visão que, digamos ,parece mais um messianismo do que uma política justa para a sociedade, como o Carlos, para nos ajudar a construir um DCE mais coletivo com sua ajuda. Não adianta dizer que o DCE não tem um potencial de mobilização sem encarar de frente os problemas que vários CA's tem encarado na atual conjuntura da universidade. Acho que você será uma voz importante para que construamos um DCE mais plural dentro da UFSJ.
Respeitosamente,
André Luan Nunes Macedo" (texto publicado no dia 21/12/2010)
Essa resposta tem o intuito de encaminhar algumas propostas. PRimeiro, já passou da hora do amigo Carlos Bem participar da construção do movimento estudantil da UFSJ e ver o quão complicado tem sido a nossa mobilização para as pautas internas e para construir uma aliança com os movimentos de luta contra a homofobia na cidade. Acho que com a representação e o respeito que possui na cidade, o amigo Carlos pode muito nos ajudar na vida orgÂnica do DCE. TAlvez uma calourada que componha com o setor LGBT seria um grande avanço, a meu ver, e poderíamos discutir isso logo no início do semestre. Afinal de contas, temos que insistentemente combater o mito conservador que foi criado, de que "nosso DCE é fechado", e é uma panela de três ou quatro representantes. O DCE são os CA's! Se eles não participarem, nada anda (sei que é chover no molhado quanto a última frase, mas sempre é bom lembrar que trata-se de um mito). Assim, nossa competência de mobilização virá a partir da construção coletiva, e não de 5 ou seis diretores bem intencionados, que no inferno dos outros DCE's de outras universidades estão cheios.
A segunda questão vai de encontro a parabenizar o amigo Carlos da sua homenagem como representante da luta contra a homofobia nesta cidade. Não sou do tipo de pessoa que se coloca acima de qualquer mal social existente e que queira passar a imagem de um ser puritano quanto a representação política. Não interessa se foi o Mauro da Presidente, a Vera vereadora, que em minha opinião é a figura que tenho o maior respeito na Câmara, ou a própria Rosinha do Mototaxi, que mesmo sendo do DEM,foi quem entregou o prêmio. O importante é que, sobre o ponto da homofobia, o Estado, representado pelas instâncias da Câmara municipal, homenageou um lutador contra a homofobia, numa sociedade conservadora e provinciana como São João del-Rei. Dizer que é para ter vergonha do prêmio é assumir um erro metodológico na análise política. Cada fato político tem que ser analisado na sua especificidade, e a partir disso tirar um posicionamento relacionando nossos princípios ao problema que tem que ser resolvido. Nesse caso, trata-se do seguinte problema: o representante do movimento gay, Carlos Bem, por tudo que fez pelo movimento, merece ou não merece ser homenageado pela Casa? Que a CÂmara é corrupta, que tem problemas, isso todos nós sabemos. MAs acho que não devemos misturar as reflexões. O que o Petterson fez foi uma análise que enrijece a ação política, pois se partimos do fato de que a "Câmara é corrupta" através de uma visão monolítica, com ares de uma visão bem construida pela estrutura, entao nenhum projeto apresentado pelo movimento e que foi aprovado não possui importância, pois, por ter passado pela CÂmara, a própria lei se torna absurda. Assim, deveríamos ter vergonha também da lei que foi aprovada pela Câmara? Caro Petterson, nos poupe. Essa visão esdrúxula , neutralista, que não quer se posicionar diante da conjuntura é uma tremenda vergonha....
Dizer que o capitalismo é ruim é muito facil. Agora, construir uma ação política que consiga dar conta da totalidade é que é o principal problema, pois aí trata-se de analisar a conjuntura e os atores que constroem a ação política. Daí, são necesárias alianças que aparentemente podem ir contra os nossos princípios. MAs do ponto de vista conjuntural, que é o espaço correto de análise da ação, ao invés da estrutura, é que vemos se acertamos ou não. O caso Dilma e a união de setores da esquerda quanto ao seu nome no segundo turno é um dos exemplos. Talvez consideremos que ela constroi uma aliança que não é favorável para uma transformação estrutural. Entretanto, qual outro ator político, no segundo turno, que se apresentou como a alternativa para a transformação estrutural? Nenhum. Já que no cenário da democracia liberal não há nenhum representante capaz de, nas urnas, se contrapor ao paradigma dominante, é necessário que façamos um compromisso com o povo brasileiro e escolhamos o "menos pior" das alternativas, infelizmente. Devemos traçar um nível de compromisso com a sociedade. Se colocar como vanguarda e dizer que tudo está ruim, é a coisa mais fácil do mundo. Até mesmo os mais direitosos se colocam nessa perspectiva metodológica.
É por esses e outros motivos isso que faço um chamado, tanto ao Petterson, para se posicionar de fato quanto a atual correlação de forças e acabar com essa visão que, digamos ,parece mais um messianismo do que uma política justa para a sociedade, como o Carlos, para nos ajudar a construir um DCE mais coletivo com sua ajuda. Não adianta dizer que o DCE não tem um potencial de mobilização sem encarar de frente os problemas que vários CA's tem encarado na atual conjuntura da universidade. Acho que você será uma voz importante para que construamos um DCE mais plural dentro da UFSJ.
Respeitosamente,
André Luan Nunes Macedo" (texto publicado no dia 21/12/2010)
Mas há que se perguntar ao sr. Carlos Bem - Como funciona o movimento gay? É democrático? Ou ele é dono? Tem congresso, assembléia, eleição? É aberto? Ou será que é um trampolim eleitoral do próprio Carlos Bem? Eu na verdade nem imagino. Há que se perguntar, a ele e a outros gays, porque se for um aparelhinho eleitoral, então já entendi porque ele defende as eleições diretas...
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