terça-feira, 19 de abril de 2011

A intervenção sem pudor

Rafael Monteiro de Mattos,
texto veiculado na lista do DCE em 14 de abril de 2011



Em momentos de debates intensos, críticas e muita movimentação política as organizações e entidades são chamadas à discussão frontal e o reboliço das denúncias e calúnias exige respostas e nos coloca em xeque. Basta observar nosso espaço de atuação para se constatar que:



1- Estamos envolvidos em um momento que a organização foi pressionada a partir de um elemento externo (CONSU/Reitoria) a se justificar perante comunidade acadêmica.



2- A articulação feita para essa “pressão” se dá sobre um contexto ímpar. O projeto do Consórcio das Universidades do Sul e Sudeste de Minas só ainda não foi entendido como não aprovado pelo DCE-UFSJ. Talvez por isso só o nosso reitor não tenha convidado o DCE para uma reunião que acontecerá em Viçosa na próxima segunda-feira entre DCE´s e Reitorias do possível Consórcio.Também é preciso lembrar que estamos próximos da finalização dos recursos do Reuni, ou seja, da “consolidação” do ambicioso projeto de expansão da USFJ. No próximo ano teremos eleições pra reitoria. Tudo isso com concursos públicos suspensos pelo governo federal e com cortes profundos nos orçamentos das universidades públicas.



Isto se torna lógico para aqueles que têm acompanhado mais de perto as discussões recentes, pois sabemos que não há possibilidade de se discutir a representação discente no CONSU - e denunciá-la como pouco representativa - sem atacar frontalmente nossa estrutura política. E para esses fins vale tudo, vale dizer que o DCE não permite discussão, que é aparelhado por um partido, que promove perseguição política....enfim, que é culpado por todas os problemas da universidade, para não dizer que o DCE na realidade incomoda o poder autoritário que tenta promover na universidade a lógica do clientelismo.



É anti-científico argumentar que a maneira de representação discente no CONSU tem de ser alterada por uma uniformização das eleições para tal espaço. É autoritário a reitoria apresentar tal proposta e com a esdrúxula atitude de pressionar o conselho para que delibere verticalmente sobre um setor da universidade, os estudantes. È lamentável que conselheiros se manifestem sobre o tema, senão para dizer que esta discussão cabe exclusivamente aos estudantes. A administração da universidade e todos aqueles que pactuam com esta intervenção clara no movimento estudantil merecem resposta.


Entretanto a reitoria não entrou em nenhum momento em salas de aula pra pedir assinaturas em prol de eleições gerais e não panfletou na porta dos campus. Isto foi feito por meia-dúzia de seguidores da proposta da reitoria, alunos e não alunos que trazem consigo pretensões carreiristas e oportunistas aliadas a políticas partidárias orientadas. Estes alunos criticam nossa organização, e quando digo nossa digo de todos os alunos da UFSJ, sem sequer terem se dado ao luxo de contribuir com as discussões, para que então tivessem o direito devidamente adquirido de propagandear a falência da entidade. Para esses alunos precisamos dizer que estão enganados, e ir além, e sem receio dizer que neste momento eles estão atuando contra seu próprio segmento. Eles merecem resposta.

Os estudantes que estão sendo bombardeados com siglas, nomes, expressões e faixas de apelo por seu apoio têm o direito de debaterem com o tempo necessário para que se sintam suficientemente esclarecidos para se posicionarem. Eles merecem respostas.

Não há portanto outra maneira de responder à comunidade acadêmica, de sair do xeque, que não seja com a propaganda da verdade. Os CA´s, que bravamente têm enfrentado esta intervenção já repudiada de imediato por um Diretor da UNE presente no último CEB, os estudantes que acompanham as reuniões do DCE sem manterem ligação direta com seus Centros Acadêmicos, mas que tentam promover o debate em seus cursos precisam estar tranqüilos frente a esta questão, e não mais dar satisfação à reitoria sobre nossa estrutura. Precisamos sim trabalhar incansavelmente nela para mostrar aos alunos da UFSJ que o DCE-CEB está entregue em nossas mãos, e que desta maneira temos conquistado cotidianamente nossa autonomia.


As assembléias tem nos apontado para um momento futuro de maior diálogo entre os estudantes, e por isso neste espaço temos de depositar toda nossa força e empenho na perspectiva do esclarecimento, da transparência. Nestes dias é preciso ter certeza do absurdo, mas acima de tudo clareza no debate.


Não há puritanismo, não é assim que a reitoria têm se movimentado. Se não fossem os estudantes em protesto nas últimas reuniões do CONSU este projeto certamente já estaria aprovado. A prova de que o DCE-CEB-UFSJ está ao lado dos estudantes e da democracia, e que a reitoria e sua meia-dúzia de seguidores estão no mínimo no caminho de um retrocesso, só virá com uma resposta uníssona dos estudantes após um debate profundo.

Esta ferramenta que sacamos para o trabalho de defender nossa autonomia nos deu o dever de divulgá-la amplamente. Os cartazes, faixas, e panfletos têm de serem feitos com o devido rigor da divulgação e da agitação. Mas é necessário fazer o fluxo de informação funcionar: dialogar com todos os CA´s. Fazer do debate assunto em todos os cursos.

Estamos em xeque, e vamos responder com o debate.

Pelo afastamento definitivo do oportunismo e do intervencionismo, Assembléia Já!

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