segunda-feira, 23 de maio de 2011

Sobre a Segurança nas Universidades: A UFSJ

Nota da Secretaria de Comunicação

DCECEB UFSJ


O DCECEB – UFSJ foi convidado pela emissora de televisão TV Panorama a conceder uma entrevista a cerca da segurança na UFSJ. Haja vista o precedente do lamentável assassinato de um estudante nas dependências da Universidade de São Paulo na última quarta-feira (18).

Em meio a declarações de todos os tipos, como a do Diretor da Faculdade de Economia e Administração (USP): “A USP é hoje um ambiente praticamente público e as pessoas têm consciência de que as coisas vão mudar.” (...) "A questão da Polícia Militar fazendo a segurança dentro do campus sempre foi polêmica, mas a discussão será acelerada. Não vamos aceitar passivamente o que está acontecendo lá" - coro engrossado por jornalistas da TV Globo - neste momento de abalo emocional de muitas famílias que vêem filhos e filhas vulneráveis, buscam a criação de um “consenso confortante” com estas soluções rápidas e rasteiras.

Na manhã de hoje, em nossa entrevista à TV Panorama - que segundo informações da mesma será veiculada nos telejornais de amanhã (24) – observamos a necessidade de buscarmos ações preventivas:

1) Mais iluminação nos campi.

2) No caso do trajeto até o CTAN, cuidado à segurança de pedestres, ciclistas, com mais iluminação e vigia policial no território externo.

3) Aumento do efetivo de guardas da universidade. Hoje são, em média, quatro por turno divididos em quatro turnos em cada campi da sede; além de ampliar suas funções e treinamento: É viável que hoje, sendo guardas patrimoniais, recebam treinamento para que expandam seus cuidados às pessoas que transitam pela universidade.

Nós acreditamos que a Polícia Militar, assim como não resolve os problemas de violência fora da universidade, não resolveria dentro dela. A violência é um problema de origem na desigualdade social, e se reflete na universidade, que deve encarar como colaborar com medidas que busquem melhorias sociais, que dêem retornos práticos à população que a mantém. Como instituição pública não tem o direito de se fechar ao povo com catracas e cartões de identificação. Tampouco cabe solução por uma missão militar redentora. Ademais, o treinamento militar e sua forma de atuação estão ligados à repressão e não à prevenção da violência. Há centenas, ou milhares de policiais nas ruas, e por isso estamos seguros nelas? Por que estaríamos na universidade, e o caminho de ida e volta? Membros da universidade são cidadãos que merecem mais atenção e cuidado? A segurança deve ser uma preocupação real para a sociedade, não uma questão de imagem da instituição.

A universidade precisa de melhorias, algumas das elencadas já foram solicitadas há algum tempo na prefeitura e administração da universidade, na medida das respectivas responsabilidades. Vamos reforçar o pedido, pois estas são propostas que, por necessidade, precisam se tornar medidas efetivas com urgência, a melhor segurança está na prevenção de possíveis situações de risco.



2 comentários:

  1. Muito bom o texto, a questão da violência, que está relacionado com os problemas sociais do país, muitas vezes é discutida superficialmente, e vemos em muitos meios de comunicação que os abusos policiais, o excesso do uso da força por parte do estado, a criminalização da pobreza e a transformação da segurança privada em um negócio lucrativo, serem justificados por causa da exploração do medo das pessoas. A questão, como sabemos é bem outra, e está relacionada com os problemas sociais e a desigualade e a exploração que a nossa sociedade está submetida, mas isso nunca é discutido pela mídia, este texto, portanto, contribui um pouco para a discutição porque aborda o principal ponto do problema. Parabéns.

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  2. Pela internet mais organizada seria bom se as pessoas se identificassem.

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